18 de nov. de 2011

Gurgel elétrico na escola Shalom em Blumenau

Colégio Shalom promovendo o carro elétrico.
Fiquei muito feliz em receber um convite para expor o Gurgel na Feira de Ciências da Escola Shalom. Principalmente porque acho muito importante plantar na criançada a sementinha do carro elétrico, da menor poluição, menor ruído, menor desperdício etc...

Carro passa sem fazer fumaça nem barulho.
O ponto alto do evento foi quando guiei o Gurgel, passando sem ruído pela garotada, organizada em fila, ao redor do Ginásio de Esportes da Escola. Todos ficaram muito impressionados que não soltava fumaça e não fazia ruído.
Depois de dar algumas voltas pelo Ginásio a meninada veio correndo para ver o carro de perto.
Alunos mostraram curiosidade pelo carro.
A maioria das perguntas foi dirigida para saber qual a velocidade que o carro atingia. Deu para perceber o quanto a veículação das propagandas influencia os pequenos. Mas também queriam saber da autonomia etc... Um garotinho veio todo satisfeito dizer que entendia de automóveis. Quis saber a potência do motor e outros detalhes.
Alguns já tinham conhecimento de mecânica.
Os professores também mostraram interesse e apoiaram o evento com paixão. Já tinham impresso os dados do carro (tinham tirado as informações do blog) e exibiam os vídeos das matérias de TV sobre o Gurgel Elétrico num telão.

No final do dia, como sempre acontece em apresentações, o carro não quis mais funcionar. Verificamos todos os contatos, bateria, acelerador etc... NADA. Ligava e em seguida o módulo PWM desligava a contactora principal.
Depois de muitas tentativas o carro ficou guardado no colégio mesmo.

No dia seguinte fui pronto para chamar um caminhão de guincho. Para a minha surpresa o bichinho funcionou. Nunca tinha feito isto antes e acabei concluindo que pode ter sido umidade no módulo. Pela primeira vez tinha lavado a parte elétrica do carro, preparando-o para ficar bonito na foto. Não faço mais isto, hehe. Que fique bem sujo.

Felizmente, desde então, não mais incomodou.

Parabéns e boa sorte aos educadores da Shalom, que continuem incentivando o carro elétrico e o uso de energias alternativas, menos poluentes e renováveis.
Contem comigo.

27 de jun. de 2011

TEC-VE 2011


TEC VE 2011
Auditório do TEC-VE 2011 - Excelente!

Motivação:

Quando fiquei sabendo da TEC VE 2011, logo pensei que seria interessante participar. Marquei um vôo de Curitiba para Brasília e reservei o hotel.
E não me arrependi.
Foram 2 dias muito interessantes. Em primeiro lugar por encontrar os amigos Elifas Gurgel e Valter Knihs. Também conheci o Paulo Barbosa, Flávio Alexandre e o Marcelo Soares, todos do conceituado grupo de discussão sobre Carros Elétricos no Google.
Paulo, da NPR Eletrônica está desenvolvendo em parceria com a Voges um kit Inversor+Motor para aplicações automotivas.
Flávio Alexandre também trabalha, por conta própria, num sistema totalmente desenvolvido por ele. Turma técnica de alto nível. Uma honra estar com eles.

Paulo PRecurso, Flávio Alexandre e Cepimpao - Grupo Google presente

Ponto forte do seminário:

O ponto mais forte do seminário foi trazer, aos participantes, uma visão geral do momento do carro elétrico no Brasil. As palestras trouxeram as tendências técnicas, projeções de mercado, metas e logísticas de suprimento de infraestrutura necessária e impactos sociais do advento do carro elétrico.

Nissan Leaf, Mitsubishi Miev e Iveco


Resumo das informações recebidas:

Claro que não conseguiria trazer todas informações repassadas no seminário em poucas linhas. Resumindo os prinicipais pontos temos:

  • A frota de carros elétricos terá um crescimento muito lento no Brasil.
  • A capacidade de geração de energia elétrica do Brasil é suficiente para alimentar a frota de carros elétricos. O impacto será mínimo em função do tipo de carga que os carros necessitam – 8 horas de carregamento e no período noturno.
  • As empresas de distribuição de combustíveis (Petrobrás) já estão se preparando para atender a demanda de cargas elétricas em seus postos.
  • A Renault/Nissan aposta em carros puramente elétricos, não terá híbridos.
  • A Ford aposta em carros híbridos.
  • A entrada de carros elétricos no Brasil é impossibilitada pelos altos percentuais de impostos como o Imposto de Importação (35% ) e do IPI (25%). Um carro que custa 32 mil dólares nos Estados Unidos, custaria no Brasil, em torno de 200 mil reais.
  • O Brasil não detém a tecnologia de fabricação de baterias de Ion de Lítio.
  • O Brasil não tem grandes reservas de Lítio.
  • O Brasil detém somente tecnologia de fabricação de baterias de chumbo ácido.
  • O Brasil (Itaipu) tenta desenvolver baterias de sódio.
  • O Brasil já tem disponível aços especiais para uso na indústria automotiva mas ainda usa muito pouco deste material.
  • Os super-capacitores são uma realidade cada vez mais viável. Capacitấncias atingem 3000 F em um só módulo.
  • Brasil domina tecnologia de fabricação de motores de ímãs permanentes de terras raras bem como o acionamento eletrônico necessário (WEG).
  • Governo brasileiro quer carros híbridos com etanol.
  • Governo não vai reduzir impostos de importação para veículos elétricos.
  • Governo quer que Brasil desenvolva tecnologia de carro elétrico internamente oferecendo inclusive linhas de financiamentos para tal. Durante o evento foi anunciada a aprovação por parte do BNDES de financiamento para a WEG.

Valter Knihs da WEG: Empresa é mundial mas nos motores para carros prioridade é Brasil

Ponto fraco do seminário:

Foi frustrante a participação da representação do governo brasileiro no evento. Nem tanto pela apresentação, em tom de superioridade arrogante, do secretário-executivo do ministério da fazenda, mas sim, pela falta de educação e consideração do Ministro Reis Velloso. De forma grosseira desejou, já de pronto uma “boa tarde, principalmente às meninas”. Depois, mostrando estar incomodado e com pressa de se retirar, cortou as apresentações de debatedores, permitiu apenas a resposta de uma pergunta dos participantes e mandou o vice-presidente da ANFAVEA, não falar mais do que 5 minutos.
Pessoas como eu, que paguei do meu bolso uma viagem de mais de 2 mil quilômetros para poder participar de um evento, na minha opinião, de extrema importância, tive que ver um servidor público, pago com meu imposto, desmerecer os participantes e comissão organizadora do evento, com um comportamento totalmente inaceitável. Senti vergonha.


Experiência prática:

Além das palestras, tivemos a oportunidade de analisar de perto os carros elétricos da Itaipu (Pálio e Iveco), da Misubishi (Miev) e da Nissan (Leaf). Sem falar do Gol elétrico do Elifas Gurgel e o triciclo elétrico da Trike, do nosso amigo Osório- veja www.trikke.com. Tanto o Trike, como o Mitsubishi Miev, não pararam um só minuto. Permitiram aos participantes dar uma volta pelo amplo espaço do Hotel Tulip.
Mistubishi Miev - Custaria R$ 200 mil no Brasil

Elifas Gurgel e seu Gol Elétrico

Osório demonstrando o Trikke elétrico

Sofisticação no interior do Nissan Leaf



Minhas Conclusões:

De forma geral podemos dizer que o Brasil vai ficar afastado do carro elétrico. Será para poucos, se depender do governo. A brecha é desenvolver a tecnologia aqui mesmo. É a única saída sinalizada pelos representantes do governo, durante o seminário.
Assim sendo, temos que arregaçar as mangas, envolver as universidades nas atividades de pesquisa e desenvolver as baterias com capacidades energéticas pelo menos 3 vezes maior do que as atuais, de chumbo. É o ítem que falta para viabilizarmos o carro elétrico no Brasil. O restante, motor e acionamento, temos com qualidade e tecnologia de sobra.
O caminho inicial será através de conversões de carros a gasolina, feitas por instituições de pesquisa e fanáticos como eu, Elifas e outros, que sonham com um aproveitamento energético melhor e mais eficiente.

As posições do presidente da Associação Portuguesa e Europeia de Veículos Elétricos, o simpático Sr. Stüssi, também me fizeram pensar. Ouvindo os relatos e as experiências que teve na Europa, percebi que temos que rever nossos conceitos sobre automóveis. Isto porque, em média, só andamos 40 km/dia. Não precisamos de carros que andam a 200 km/h se a velocidade média dos carros, no centro das grandes cidades, é menor do que a de uma carroça. 
Poderíamos simplificar os carros, baratear e viabilizar uma série de projetos, até mesmo com baterias de chumbo. 
Temos que mudar as nossas cabeças, alinhadas com o marketing agressivo das montadoras, onde o bacana é ter um carro com 200 cavalos de potência. Perguntei ao presidente da Ford porque a indústria não pensava em fazer carros com menor velocidade final, uma vez que isto, como foi demonstrado em várias palestras, diminuiria o consumo de combustível, baratearia os carros, deixaria menos mortos nas estradas etc... A resposta foi interessante: "Fazemos os melhores carros possíveis e deixamos ao cliente a decisão de andar em alta velocidade, ou não."
Me pareceu, de certa forma, uma fuga da responsabilidade por parte da montadora. É como colocar uma metralhadora na mão de uma criança. Depois lamentar, quando a arma disparar.
Mas o mundo é cheio de paradoxos em função do interesse econômico. Fabricamos carros que atingem 250 km/h e limitamos a velocidade máxima nas rodovias para aproximadamente 100 km/h.
Fabricamos bebidas alcoólicas, incentivamos o consumo exagerado, mostrando todos bebendo, ao lado de lindas mulheres e depois dizemos: Se beber não dirija.
Outros exemplos poderiam seguir. Mas já estou me tornando um chato, não é?


Parabéns a ABVE, seu presidente Jaime Buarque de Hollanda, Jussara e demais membros da organização do evento. Foi excelente.

27 de mai. de 2011

2.000 km rodados


Olá pessoal,

Na semana passada o Gurgel Elétrico atingiu 2 mil km rodados.
A última avaliação tinha sido com 800 km. Neste intervalo de tempo, fevereiro a maio de 2011, e nos 1200 km percorridos, não tive nenhum problema com o carrinho. Exceto, é claro, com as baterias. Logo após completar os primeiros 800 km, tive que trocar o jogo de baterias. Então passei a rodar com as baterias Optima, da Johnson Controls.

Com estas baterias o carro passou a apresentar um bom rendimento. Depois de ter rodado 50% a mais do que com o primeiro jogo de baterias (estacionária Freedom 2000), 9 das 10 baterias têm comportamento perfeito.

1 das 10 baterias passou, recentemente, a apresentar um aumento rápido de voltagem durante a carga e, rápida queda de voltagem na descarga. Desta forma, como as baterias estão em série, atinge voltagens muito altas na carga e, depois, em uso, tem queda prematura da tensão, obrigando a parar o veículo, mesmo que as demais baterias apresentem estado de carga bom. Desta forma retirei a bateria com problema e voltei a andar com 9 baterias.
Vale lembrar que logo que recebi as baterias Optima, tive problema com uma bateria, que apresentava baixa capacidade e aquecia. Esta mesma foi trocada por esta segunda bateria problemática.
As demais 9 baterias apresentam características muito parecidas. Carregam com tensões muito próximas e também descarregam de forma muito similar. Assim, a autonomia do carro tem se mantido em torno de 35 km, sem colocar nenhuma bateria em tensões abaixo de 10,5 Volts, sob carga de funcionamento.
Estou encaminhando novamente a bateria problemática para a revenda da Optima. Espero que consigam resolver o problema.

Fora o problema com as baterias, todo o restante funcionou perfeitamente. Nenhum problema com o motor nem com o sistema de controle de potência.

Reforcei a suspensão. Porém, as molas dianteiras, helicoidais, que foram esticadas re re-temperadas, voltaram a baixar um pouco. Talvez tenha que trocar as mesmas por novas. As traseiras, de feixes de lâminas, ficaram perfeitas. Quando ando com uma pessoa no carro ele se comporta relativamente bem. Com duas pessoas, em terreno ruím, chega a bater no final do curso da suspensão.

Outra melhoria que foi muito boa, foi a inclusão dos voltímetros individuais para cada bateria. Assim detectei também o problema com a bateria que descarrega muito rápido.

Bem pessoal, por hora é isto. Se alguém tiver algum comentário que ajude a melhorar o desempenho do carrinho, por favor, me deixe saber.

Grande abraço,
Pimpão

20 de abr. de 2011

Preso em Blumenau

Olá pessoal,

Meu escritório fica em frente a Rua das Missões em Blumenau. Esta rua fica numa região que hoje podemos considerar centro. O ruído e a velocidade tem aumentado drasticamente nos últimos anos.
Principalmente as motocicletas se destacam nesta triste realidade.
Como passo várias horas de frente para este barulho todo, percebo o nível de stress que o mesmo causa. Não se pode abrir a janela. Se abrir, não pode falar ao telefone. Se fechar tem que ligar o ar-condicionado. Conversar ou fazer uma reunião de trabalho com a janela aberta, nem pensar.

Ficamos reféns de uma nova modalidade: O barulho.

Se até então nos preocupávamos em fechar portas e janelas para evitar roubo, agora, temos que nos preocupar também com o ruído. Cada vez mais estamos enclausurados, presos, dentro da nossa própria casa ou escritório.

Observe que o ruído também causa um aumento no consumo de energia. Pois se temos que ligar o aparelho de ar-condicionado para poder fechar as janelas, aumentamos o gasto de energia elétrica.

Hoje se fala em veículos elétricos em função da redução de emissão de CO2. Ninguém destaca a redução do nível de ruído. Na minha opinião, este seria hoje um dos principais motivos pró carro elétrico. Reduziria o nervosismo no trânsito, o nervosismo das pessoas em torno do trânsito além de, como comentei acima, redução de energia de ar-condicionado, entre outros.

Imaginem a paz de poder abrir a janela e não ter que ouvir ruído de trânsito.
Pensem nisto.

grande abraço
Pimpão

12 de abr. de 2011

Eletroposto em Blumenau











Olá pessoal,
Hoje estou inaugurando oficialmente o eletroposto junto ao meu escritório. Como estávamos fazendo uma reforma geral nas instalações, aproveitei e instalei uma tomada na parede frontal do prédio. Agora ficou mais fácil abastecer o Gurgel. Assim que chego ao serviço já posso dar uma carga, ganhando alguns quilômetros adicionais de autonomia. Espero que estes pontos de carga aumentem em número pela cidade e país.

5 de abr. de 2011

Voltímetros de LEDs




Olá pessoal,
Já tinha visto uma montagem com voltímetros de LEDs em sites na Internet. Mostravam como montar um a partir de um CI. Procurando as peças para montar o mesmo, vi que acabaria ficando muito caro. Utilizando um voltímetro para cada bateria e colocando os mesmos lado a lado, os LEDs formariam um tipo de gráfico eletrônico das baterias. Muito legal mesmo. Desta forma enquanto você utiliza o carro vai acompanhando visualmente a voltagem das baterias. Ajuda a saber quando tirar o pé do acelerador e também verificar se uma das baterias já está descarregada ou com algum problema.
Então recebi um comentário no blog do Rafael Correia. Ele indicou um site onde se pode comprar um voltímetro de LEDs já pronto.
O site é o seguinte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-166253728-voltimetro-medidor-de-bateria-veicular-deltrnica-vb9-9-leds-_JM
Comprei 10 voltímetros destes e juntei os mesmos lado a lado. Ficou fantástico. Dá toda a informação que você precisa para monitorar as baterias. De forma fácil e barata.
Obrigado ao Rafael. Foi de grande ajuda o comentário dele.
Recomendo a todos que usam baterias de chumbo.
Grande abraço
Carlos Pimpão

Baterias Optima

Olá Pessoal,

Depois de devolver a bateria Optima que apresentou problema, fiquei aguardando a substituição. Demorou algum tempo.
Neste meio tempo andei com apenas 9 baterias. As baterias estão se comportando bem. Bom desempenho. Andei aproximadamente 700 km com elas. Até então mostram carregar e descarregar por igual. Agora recentemente instalei a décima bateria que me foi entregue pelo revendedor. Segundo ele, a distribuidora não aceitou o retorno, alegando que a bateria estava boa. Ponto negativo na minha opinião. A bateria esquentou e apresentou descarga rápida. Mas, como o revendedor, a Baterblu, de Blumenau, foi honesto e arcou com a troca, tudo corre bem.
Agora instalei uma série de voltímetros analógicos por LEDs que me dão imediatamente o comportamente de cada bateria. Ficou muito prático. Descrevo a montagem e instalação no próximo post.
Até lá.

11 de fev. de 2011

Baterias Optima -nem tanto ótimas

















Olá pessoal,
depois de tirar minhas férias, viajar com a minha Kombi pela Patagônia argentina e chilena, voltei a vida de sempre. E claro, ancioso para instalar as baterias Optimas que tinha comprado no final do ano passado.
Mas alguns acontecimentos me tirariam a minha alegria de ter investido em torno de R$ 1200,00, por bateria.
Verifiquei que as baterias apresentavam voltagens muito variadas. Uma delas, na casa de 11 Volts. Achei estranho e comuniquei a revenda local. Acharam que não teria problema - é só dar uma carga.
Bem, coloquei as 10 baterias em paralelo e ligadas a um só carregador. Ficaram alí por 5 dias. Procedimento para equalizar todas as 10. Quando todas passaram a apresentar a mesma voltagem, as montei no carro. Agora em série.
Fui dar minha primeira volta com Optimas. Mas logo percebi que algo não estava correto. Percorri um total de uns 15 quilômetros e a tensão já começava a baixar. Medi as tensões e enquanto todas ficavam na casa de 12,4 Volts, uma delas, estava com 9,1 Volts. Decepção!
Tive que retirar a bateria. Percebi que dois vasos estavam mornos. Todas as demais baterias estava frias. Levei agora de volta para o revendedor para que faça a substituição.
















Fiquei realmente muito chateado. Um investimento de 12 mil reais não poderia ter, de cara, um resultado de 10% com problemas. Além disto, estou sem confiança de que as demais também não possam estar com problemas. Problemas que não aparecerem agora mas que possam aparecer num futuro próximo.
Por sorte já estava escolado no uso de baterias e equipado com instrumento de medição para poder identificar o problema inicial.
Gostaria realmente de saber o que pode ter acontecido. Uma bateria muito velha? Usada? Vamos ver se a Optima me responde adequadamente.