30 de set. de 2010

Gurgel elétrico 600 km - primeiras avaliações

Tenho passado os últimos dias testando o meu Gurgel BR-800 elétrico. Já rodei 600 km com ele. Nestes 600 km percebi alguns pontos fortes e alguns fracos. Vou citar neste post os itens do ponto de vista de uso. As questões técnicas ficarão para o próximo. Vamos lá então:

Dirigibilidade:
Bom de dirigir em piso asfaltado, e bem asfaltado. Em trechos de calçamento de paralelepípedo tenho que baixar a velocidade para a suspensão não bater no fundo. Lembrando que a velocidade máxima é de 60 km/h.
O freio é pesado. Tem que ter força nas pernas. É que o carro, originalmente, não tem servofreio.

Velocidade:
Tenho rodado sem problemas no trânsito urbano. Moro em Blumenau, cidade com aproximadamente 300mil habitantes. A velocidade máxima de 60 km/h é suficiente para rodar no fluxo de veículos. Normalmente não passo de 50 km/h. Ninguém ficou buzinando ou irritado comigo.
Já em rodovias, é complicado. Me atrevi uma única vez. Somente por um trecho muito curto que interligava uma rua a outra que tinha que percorrer. Teria que alcançar 80 km/h para encarar este tipo de trânsito.

Aceleração:
A aceleração é compatível com a de um carro mil. No caso do BR-800, melhorou, comparado ao motor a gasolina. Utilizando a quarta marcha, o carro arranca suavemente e ganha aceleração logo em seguida. Bom e agradável no trânsito normal.

Autonomia:
Comecei rodando aproximadamente 45 km/carga. Para meu uso, urbano, em Blumenau, é mais do que suficiente. A medida que fui utilizando, percebi que a autonomia caiu. Aumentei a capacidade de carga do meu carregador para ter recargas mais rápidas. Continua sendo suficiente, mesmo que a autonomia tenha caído para 30 km/carga. Isto porque moro a 6 km do meu trabalho. De lá, são 3 km até o centrinho da cidade. Os trajetos, considerados grande, são de 10 km. Então tá dando para levar.
Descobri hoje que estou com 3 baterias (das 10) com baixa carga. Vou resolver o problema o quanto antes.
Mas resumindo, com 45 km de autonomia, certamente, numa cidade pequena e média, onde as distâncias a serem percorridas são em torno de 10 km, esta autonomia é suficiente para um uso diário do veículo.

Espaço:
O carrinho é muito pequeno e ficou reduzido a 2 passageiros, sem porta-malas. Em função disto, muitas vezes, tenho que deixar o mesmo em casa e sair com o carro a alcool.
Falta espaço para abrigar adequadamente o note-book, casacos, bolsas da esposa, sacolas de supermercado, etc...
Em função desta falta de espaço pude perceber como a gente carrega coisas.
Muitas desnecessárias, mas outras, necessárias. Principalmente Computadores e casacos, para quem mora em clima frio, ou tem que trocar de roupa durante o dia em função de compromissos profissionais.
Aconselho a quem for fazer um carrinho assim, a manter uma área de carga para acomodar o material. Tenho que arranjar isto no meu.


Apresentação:
O carro chama atenção das pessoas. Quando você chega todo mundo olha, estranha a falta de barulho etc.. Muitos vêm perguntar como funciona etc..
Isto é muito legal. Ver que as pessoas se interessam. A questão ecológica está, cada vez mais, na cabeça das pessoas. Por outro lado, existem aqueles que, e só pelo olhar percebemos, desprezam a gente, por estar andando num carrinho destes. Nem se tocam se é elétrico ou não. Te avaliam com pobre coitado, andando nesta caixinha de 20 anos de idade, hehe.
Não recomendo a ninguém usar um carro destes (BR-800) num encontro profissional ou social, onde a imagem e a marca do carro vão falar por você.

Conclusão geral:
O carro tem mostrado utilidade. É perfeitamente viável utilizá-lo no dia a dia normal. Anda bem no trânsito. É muito econômico. O ponto fraco mesmo, é o carro em si, o BR-800. Falta espaço e a estrutura do carro é frágil (suspensão). Para mim continua sendo válida a homenagem que fiz ao João do Amaral Gurgel. Mas, se não for por este motivo, monte o seu num utilitário pequeno.

8 comentários:

  1. Como faça a conversaão do BR 800 para eletrico e qual o custo ?
    favor enviar resposta para o e-mail arnaldo.viveiros@hotmail.com

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  2. Olá Arnaldo,
    podes ver todo o trabalho de conversão nas postagens anteriores deste mesmo blog. O custo, para mim, foi de 20 mil reais.
    abraço
    Pimpão

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  3. Olá amigo, adorei seu carro! Tinha uma ideia parecida na minha cabeça, só que nunca passou disso!

    se puder tirar umas duvidas, como qual motor você usou? quanto pagou nele? e aonde compou?

    olhei nos seus post's e pelo que entendi você comprou fora do pais com uma ajuda de um amigo seu.

    Sua ideia é BRILHANTE adorei de verdade. Estou afim de fazer tabm (aos poucos), se puder me ajudar fico agradecido!

    desdeá brigado!

    se puder me add no msn billiesp@hotmail.com

    desculpa errros de port (mania internet)

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  4. Olá Nando,
    Todos os passos da montagem e descrição do motor estão nos posts do blog. O motor comprei na china. Ele foi importado por uma empresa de um amigo meu. Quem fabrica o motor é a Zibo motors. Você encontra link para o site deles na caixa de fornecedores do blog.
    Qualquer dúvida que tiver e que não encontre no blog, pode me contactar Grande abraço, Pimpão.

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  5. Seu eu tivesse grana, eu faria isso numa pick-up fiat 147, com as baterias na caçamba. Ia ficar da hora.m Parabéns

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  6. Poxa quem depressa o carro elétrico devia olhar os videos do White Zombie Electric Car, carro elétrico de tração traseira que anda mais rápido que Corvete, BMW M3, até os famosos muscle cars como o Dodge Charger. Tem um monte de vídeo no Youtube para comprovar, melhor tempo nos 400 metros foi de 10.4 segundos chegando ao uma velocidade final de 187.6 km/h, segue o link do video:

    http://www.youtube.com/watch?v=7rVTIpS5zb4

    Video White Zombie Electric

    Simplismente ASSOMBROSO !!!

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  7. Com a experiência que obtive até agora, hoje, também montaria numa pick-up. Principalmente pelo espaço para as baterias e pelo fato do carro estar preparado para carregar peso. Abraço, Pimpão.

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  8. Não me considero, no momento, apto a me tornar proprietário de um carro 100% elétrico, me entusiasmo mais pelo biodiesel (e poderia usar o combustível alternativo num híbrido), mas já pensei em montar um híbrido por conta própria. Mas para melhorar a eficiência do sistema de tração elétrica eu optaria por usar hub-motors ligados diretamente às rodas traseiras. Inicialmente pensei em usar como base um Chevette (no qual eu adaptaria motor Volkswagen a diesel - usando esse motor num Suzuki Vitara um tio meu conseguia médias de consumo equivalentes a um Lexus CT200h na cidade) e montar os hub-motors nas rodas dianteiras, mas como aumentaria a massa não-suspensa a direção ficaria mais pesada, então passei a cogitar o uso de algum modelo de tração originalmente dianteira com os hub-motors atrás. No caso, para acomodar as baterias adequadamente, teria que modificar o assoalho do porta-malas e o escapamento, para não ter que sacrificar tanto o volume do porta-malas como aconteceria com um cilindro de gás natural (esse problema acontece no Ford Fusion Hybrid).

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